Até onde devemos ir em nome do amor?

Casamento  /   /  Por Mônica Japiassú

Atenção: se você pretende ler o livro A escolha: até onde devemos ir em nome do amor?, de Nicholas Sparks, não leia este post! Contarei detalhes que estragarão as passagens surpreendentes da história.

Agora, se você não pretende ler – ou até pretende, mas não se importa em saber antes o que vai acontecer -, continue lendo o post, pois vou propor algumas reflexões interessantes, que me arrisco a dizer que a maioria das pessoas nunca pensou em fazer (eu mesma sou um exemplo disso).

Livros digitais

Ultimamente tenho lido muitos livros digitais pelo aplicativo Kindle, no smartphone. Estou achando superprático, pois posso ler em qualquer lugar! Com isso, chego a ler um livro por semana, até. Mas isso é assunto para outro post. Qualquer dia listo aqui todos os livros que já li no smartphone, com uma avaliação de cada um. 🙂

 

A Escolha

Então, vamos à reflexão sobre o livro A escolha, que me fez gostar mais ainda do estilo de escrita do Nicholas Sparks. Os livros dele sempre são surpreendentes!

A história se inicia contando como é a vida de Travis Parker, um solteiro que teve alguns relacionamentos amorosos rápidos e tem alguns amigos de infância, já casados e com filhos, que costumam ir à casa dele passar fins de semana agradáveis.

Gabby, sua nova vizinha, aparece um dia na casa dele esbravejando, dizendo que o cachorro de Travis havia engravidado sua cachorra e ele teria que se virar para encontrar quem quisesse ficar com os filhotes.

Apesar desse início nada amigável, os dois acabam se envolvendo, sentindo aquela vontade enorme de ficarem juntos o tempo todo, mas… Gabby tem um namorado há anos, com quem sonhava se casar. E nesse ponto acontece a primeira escolha do livro: Gabby deve tirar Travis de sua cabeça – e, principalmente, de seu coração – e continuar sua vida amorosa com o atual namorado, ou deve seguir seu coração e ficar com Travis?

 

A primeira decisão – e a segunda escolha

Como só dá para perceber qual foi a decisão de Gabby aos 72% do livro (adoro essa funcionalidade do Kindle App de mostrar o quanto já lemos do livro! ;)), essa parece ser a única escolha da história. Porém, logo depois de termos a certeza de que Gabby escolheu Travis é que conhecemos qual é a escolha mais importante do livro.

Gabby e Travis sofreram um acidente de carro, causado por uma série de descuidos dele. Ela entra em coma, e ele se sente totalmente culpado. As semanas vão se passando, e ele vai ficando mais angustiado por ela não acordar do coma. Faz visitas a ela diariamente, conversa com ela – e ela não reage.

Nicholas Sparks nos faz embarcar em várias reflexões enquanto conta sobre o período de coma de Gabby.

Travis se vê obrigado a tocar a vida das filhas tentando ser o mais normal possível, mas acaba descobrindo que não sabia fazer diversas coisas que ficavam por conta de Gabby e pareciam tão fáceis para ela, mas para ele eram difíceis, como fazer trança no cabelo das filhas ou comprar o xarope certo quando elas estavam com tosse. Ele sequer sabia os nomes dos professores da escola das filhas.

 

As reflexões

Você já parou para refletir sobre como seria sua vida se não tivesse mais seu cônjuge ao lado? Como você cuidaria de seus filhos? Como seriam as datas comemorativas em sua casa? O que você responderia quando seus filhos pedissem como presente de Natal que seu cônjuge voltasse?

Travis fazia em Gabby os exercícios de fisioterapia que aprendeu com a enfermeira e, nesses momentos, ele “dialogava” com a esposa. Falava com ela e podia jurar que a ouvia respondendo. Certamente havia nele um desejo intenso de realmente ouvir a voz de Gabby de repente, bem alto.

Gabby trabalhava como enfermeira antes do coma e havia presenciado um caso de coma em uma paciente que era casada e tinha filhos. Essa mulher ficou em coma durante vários anos, e Gabby esbarrava casualmente com o marido dela. Com o passar dos anos, Gabby percebeu que o amor que aquele homem tinha pela esposa foi se transformando em cansaço, apatia e até ressentimento. Ele havia se perdido na vida – e seus filhos também.

Sentindo que a vida daquele homem talvez tivesse sido melhor se a esposa tivesse morrido para que ele não precisasse carregar o fardo do coma dela, Gabby pediu para Travis prometer-lhe algo, fazendo até o registro em um testamento: se algo daquele tipo acontecesse com ela, Travis teria que deixá-la morrer após 12 semanas em coma.

 

A segunda (e mais importante) decisão

No dia em que ela pediu isso, Travis concordou, afinal, podia ter certeza de que aquilo nunca iria acontecer com eles. Mas aconteceu. Gabby entrou em coma e completou as 12 semanas. E Travis teve que fazer A ESCOLHA: pedir que os médicos desligassem os aparelhos, sendo fiel à promessa que fez para a esposa, ou levá-la para uma casa de repouso, fora do hospital, para que ela continuasse em coma – fazendo o contrário do que ela pediu, neste caso?

A todo momento ele se perguntava: até onde devemos ir em nome do amor?

Bem, essa resposta eu não vou dar, afinal algum de vocês ainda pode querer ler o livro. 😉 Mas vou terminar deixando mais uma reflexão: você seria capaz de pedir para seu cônjuge prometer algo parecido para você? E se fosse o contrário, você aceitaria fazer essa promessa?

Eu, pelo menos, terminei o livro e fui logo pedir para o Celinho nunca me fazer prometer nada parecido a ele! 🙂

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Um comentário
 
  1. Maria Lúcia Japiassú da Silva 8 de maio de 2015 at 21:53 Responder

    É, temos que pensar muito antes de pedir algo desse tipo. Não teria coragem de desligar os aparelhos, ia me sentir mal para o resto da vida.

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