Relato de parto da Priscila – capítulo 2

Filhos  /   /  Por Mônica Japiassú

Já leu o primeiro capítulo? Não? Então clica aqui e lê antes de continuar! 😉

No decorrer da tarde, minhas contrações continuaram irregulares , e o intervalo entre elas até aumentou.

Consegui descansar um pouco, mas a partir das 18:30, as dores começaram a apertar!

Não tinha mais posição que me fizesse relaxar, e eu precisava que o Marcelo fizesse uma massagem forte na minha lombar quando vinha uma contração.

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A Letícia, supercarinhosa e prestativa, me viu pedindo pro Marcelo fazer essa massagem e se ofereceu pra fazer também.

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O Marcelo já tinha avisado de antemão pra Amanda e pra Letícia que eu iria sentir dores fortes quando estivesse próximo ao nascimento da Priscila, pra que elas não ficassem assustadas quando me vissem sofrendo de dor. 🙂

Em alguns momentos, fiquei ouvindo no fone de ouvido música de harpas e um áudio de hipnose pra diminuir a dor, pra relaxar um pouco. Enquanto as dores não estavam insuportáveis, isso me ajudou.

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Depois que as dores aumentaram, mandei mensagem pra minha obstetra, e ela falou pra eu ir pro hospital São José, onde ela estava pra fazer uma cesárea às 21:00 – só que já eram quase 20:30 quando nos falamos, nós 4 estávamos jantando em casa e não daria pra eu chegar antes das 21:00 lá.

Como meu plano de saúde não cobria parto na São José, a dra. Isabel falou pra eu ir para a maternidade Santa Lúcia, que fica pertinho da São José e meu plano cobria. Assim, ela poderia ir pra lá me examinar assim que acabasse de fazer a cesárea na São José.

Eu ainda queria manter meus planos de ter a Priscila na Perinatal, mas do jeito que eu já estava sentindo dor, eu queria qualquer coisa que adiantasse o parto!

Então combinei com ela que eu iria para a Santa Lúcia e a plantonista de lá iria me examinar e dar as informações pra minha obstetra.

Então, nós 4 terminamos de jantar, nos arrumamos e, na última contração que senti ainda em casa, encostei minha cabeça no peito do Marcelo e chorei – com o rosto escondido, para as meninas não perceberem.

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Eu não queria assustar a Letícia e deixá-la com peninha de mim. Queria que ela soubesse que eu estava sentindo dor, mas que eu iria conseguir passar por aquilo, porque foi a maneira que EU escolhi.

Deixamos as meninas na casa da minha mãe e, assim que veio a primeira contração em que eu estava no carro sozinha com o Marcelo, soltei tudo que estava escondendo das meninas: chorei e soltei uns palavrões, pra relaxar:

– @$#%#!, não é possível que eu chegue lá e me digam que não tenho dilatação!

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Lá na maternidade Santa Lúcia, depois das burocracias iniciais pra conseguir entrar, a plantonista fez um exame de toque em mim.

– Três centímetros de dilatação.

– Só?

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Confesso que eu esperava ouvir que estava, pelo menos, com 5cm de dilatação já. Mas… quem está na chuva é pra se molhar, né? Vamos continuar sentindo dor, então!

A plantonista colocou o aparelho de cardiotocografia em mim (pra monitorar os batimentos cardíacos da Priscila) e falou pra eu apertar um botão sempre que sentisse a Priscila se mexendo.

Ok, pelo menos era uma distração pra mim, né? Eu podia fingir que estava jogando videogame, enquanto sentia dores… Hahahahaha!

Lá pelas tantas, eu lembrei:

– Ih! E a fotografia profissional que a gente tinha pré-agendado na Perinatal? Será que eles podem vir para a Santa Lúcia? Celinho, liga pra eles!

E o Marcelo, entre o preenchimento de uma ficha e outra (perdi as contas de quantas vezes ele teve que responder as mesmas informações pra pessoas diferentes lá na maternidade!), ligou para a fotógrafa.

– Ela disse que a maternidade Santa Lúcia cobra uma taxa de 250 reais pra deixar fotógrafos de fora entrarem, e que a fotógrafa profissional autorizada pela maternidade deve cobrar em torno desse valor pra fazer as fotos aqui.

E eu, sem nem conseguir mais pensar direito, por causa das contrações, falei pra deixarmos as fotos profissionais pra lá e, se desse, ele mesmo tiraria algumas fotos nossas.

Mas como eu queria que ele vivesse o momento do parto em sua plenitude junto comigo, falei pra ele ficar à vontade pra só tirar fotos se quisesse.

Enquanto o aparelho de cardiotocografia trabalhava, a médica plantonista ia de vez em quando verificar se estava tudo bem – e estava! O coraçãozinho da Priscila batia normalmente!

Depois de algum tempo que ela tirou o aparelho de mim (que, para mim, pareceu uma eternidade), a dra. Isabel chegou.

Ufa! Que alívio vê-la ali! Era sinal de que o parto estava cada vez mais próximo!

– Oi, doutora! Que felicidade te ver! 😀

– Eu já trouxe comigo o pediatra e o anestesista. Geralmente as grávidas não ficam felizes quando EU chego, mas sim quando o anestesista chega!

Hahahaha! É, ela tinha razão. Eu não via a hora de tomar a anestesia, pra parar de sentir dor. Àquela altura, as dores já tinham aumentado bastante!

Então a dra. Isabel fez o exame de toque em mim – e eu vi estrelinhas! Doeu bastante, porque ela descolou as membranas naquele momento, pra acelerar o momento do parto.

Eu nem me lembro o que ela falou sobre a minha dilatação naquela hora, de tanta dor que eu sentia. Só lembro que senti bastante líquido escorrendo de mim assim que ela terminou o exame. A bolsa tinha estourado.

Ela disse que ia solicitar a minha transferência para a sala de parto e, depois disso, chamaram o Marcelo pra preencher mais formulários.

A partir daí, a dor que vinha a cada contração tornou-se insuportável. Nenhuma posição aliviava a dor. Ali, sozinha em cima daquela cama, eu só conseguia gritar “ai, ai, aaaiiii” toda vez que meu útero contraía. E foi inevitável pensar “Por que raios eu fui querer parto normal? Se fosse cesárea, eu não ia precisar passar por essa dor!”

Entre uma contração e outra (que agora já tinha intervalos mínimos), a plantonista foi fazer mais um exame de toque em mim.

– Uau, 6 centímetros!

Pelo menos uma notícia boa em meio a tanta dor! A dilatação estava evoluindo bem, finalmente!

– Que bom! Mas por que estão demorando tanto pra me levar??? – perguntei, quase implorando pra me darem anestesia ali mesmo, antes de eu subir pra sala de parto.

Nem me lembro qual foi a resposta nem quanto tempo ainda esperei. Só sei que fiquei muito feliz quando, finalmente, foram nos buscar pra subir.

===== FIM DO SEGUNDO CAPÍTULO =====

A seguir, cenas do próximo capítulo (LEIA AQUI):

  • A anestesia
  • O nascimento da Priscila!
  • A primeira noite com a Priscila
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2 comentários
 
  1. Pingback: Relato de parto da Priscila – capítulo 3 (final) — Família Quadrada

  2. Lucia Japiassú 2 de agosto de 2017 at 21:54 Responder

    Não sei se teria a mesma coragem que você teve. Parabéns, minha filhota guerreira! Bjs. no coração

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